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Com Palworld, uma nova sensação nos games traz à tona questões sobre propriedade intelectual e o papel da Inteligência Artificial na indústria
Redação Publicado em 19/02/2024, às 11h32
No mundo dos jogos eletrônicos, o ciclo de vida de um título de sucesso parece nunca chegar ao fim. Em meio a uma indústria que faturou quase 190 bilhões de dólares em 2023 - o dobro das bilheterias de cinema -, a constante inovação é uma marca registrada. Mesmo com uma pequena queda prevista para 2024, atribuída à desaceleração da pandemia, a indústria continua robusta e repleta de surpresas.
Um exemplo vivo dessa vitalidade é o Palworld, um fenômeno recente que conquistou os corações dos jogadores em tempo recorde. Desenvolvido pelo discreto estúdio japonês Pocket Pair, o jogo conquistou mais de 4 milhões de cópias vendidas em apenas três dias. Sua premissa simples, porém envolvente, cativou a atenção dos fãs: os jogadores são lançados em um mundo hostil, onde precisam sobreviver coletando recursos, construindo abrigos e capturando os seres únicos do universo imaginário, os chamados "Pals".
A semelhança dos Pals com os populares Pokémons não passou despercebida, e o famoso game logo recebeu o apelido carinhoso de "Pokémon com armas". Essa combinação de colecionismo e mecânica de tiro em um vasto mundo aberto tem atraído interesse, especialmente em um momento em que jogos competitivos com temática bélica são tão populares entre os adultos.
No entanto, o sucesso do Palworld também trouxe à tona questionamentos sobre a origem de seus personagens. Acusações de uso de Inteligência Artificial (IA) no desenvolvimento dos Pals levantaram suspeitas sobre possível plágio. Embora nada tenha sido provado até o momento, as postagens anteriores do presidente da Pocket Pair exibindo figuras de Pokémon geradas por robôs artísticos alimentaram as suspeitas.
A controvérsia sobre o uso de IA na indústria de games é um debate que merece ser feito, especialmente considerando suas implicações futuras. A plataforma Steam, onde o Palworld é comercializado, exige que o uso de IA seja claramente discriminado, mas a Nintendo, inventora dos Pokémons, ainda não se pronunciou sobre o assunto. Enquanto isso, a discussão sobre os limites da propriedade intelectual continua, deixando no ar a incômoda reflexão do psicoterapeuta Carl Jung: "Todos nós nascemos originais e morremos cópias".